Gestação após tratamento para infertilidade o que você precisa saber!

O Pré-Natal é Diferente Para Quem Fez Tratamento para Engravidar?

O pré-natal para gestantes que passaram por tratamentos de fertilidade geralmente segue a mesma estrutura do acompanhamento tradicional. No entanto, em alguns casos, o médico pode solicitar exames adicionais e consultas mais frequentes para monitorar o desenvolvimento do bebê e a saúde da mãe.

Algumas particularidades do pré-natal em gestações pós-fertilidade assistida incluem:

  • Monitoramento hormonal: nas primeiras semanas, pode ser necessário acompanhar os níveis de progesterona e beta-hCG para garantir que a gravidez esteja progredindo bem.
  • Ultrassonografias frequentes: principalmente no início da gestação, para avaliar a implantação do embrião e a formação das demais estruturas embrionárias.
  • Maior atenção a fatores de risco: como pressão alta, diabetes gestacional e trombofilias.

Nem todas as gestações após um tratamento de infertilidade são consideradas de alto risco. No entanto, alguns fatores podem aumentar a necessidade de um acompanhamento mais próximo:

  • Idade materna avançada: muitas mulheres recorrem à reprodução assistida após os 35 anos, idade em que o risco de complicações pode ser maior.
  • Gestação gemelar: a fertilização in vitro aumenta as chances de gravidez de gêmeos ou até trigêmeos, o que exige um pré-natal mais cuidadoso.
  • Histórico de infertilidade: algumas condições médicas que levaram à dificuldade para engravidar podem continuar afetando a gestação.

O acompanhamento especializado ajuda a reduzir riscos e aumenta as chances de um parto tranquilo e seguro.


Infelizmente, mulheres que passaram por tratamentos de fertilidade podem apresentar um risco ligeiramente maior de aborto espontâneo, especialmente nas primeiras semanas de gestação. Isso pode acontecer por diversos motivos, como:

  • Qualidade dos óvulos e embriões.
  • Doenças pré-existentes, como problemas na tireoide ou alterações na coagulação.
  • Falhas na implantação do embrião.

Para reduzir esse risco, os médicos podem recomendar suplementação de progesterona e um acompanhamento mais próximo no primeiro trimestre.


O primeiro trimestre é um período essencial para o desenvolvimento do bebê e, para quem engravidou por meio de tratamentos de fertilidade, o cuidado deve ser redobrado. Alguns exames e precauções podem ajudar a garantir que tudo corra bem:

  • Exames laboratoriais: incluem hemogramas, testes hormonais e avaliação de possíveis infecções.
  • Ultrassonografia transvaginal: realizada entre a 6ª e a 8ª semana para confirmar a viabilidade da gestação.
  • Rastreamento genético: pode ser recomendado para gestantes com mais de 35 anos ou com histórico familiar de doenças genéticas.
  • Controle do estresse: a ansiedade é comum, especialmente em quem teve dificuldades para engravidar. Terapias, meditação e apoio psicológico podem ajudar.

Independentemente de como a gravidez foi concebida, manter uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis é essencial. Algumas recomendações incluem:

  • Suplementação de ácido fólico, ferro e cálcio, conforme orientação médica.
  • Evitar cafeína em excesso e bebidas alcoólicas.
  • Praticar atividades físicas leves a moderadas, como caminhadas ou pilates, caso o médico autorize.
  • Controlar o ganho de peso, especialmente em casos de gestação gemelar.

Muitas mulheres que passaram por um longo processo de tentativas para engravidar sentem um misto de alegria e preocupação quando finalmente conseguem. O medo de que algo dê errado pode gerar um estresse excessivo, o que não é saudável para a mãe nem para o bebê.

Algumas estratégias que podem ajudar:

  • Terapia ou grupos de apoio: conversar com outras mulheres que passaram pela mesma experiência pode ser reconfortante.
  • Meditação e técnicas de relaxamento: ajudam a controlar a ansiedade e melhoram o bem-estar geral.
  • Informação de qualidade: saber o que esperar ao longo da gestação reduz a sensação de incerteza.

Não necessariamente. A decisão sobre o tipo de parto será tomada ao longo da gestação, considerando fatores como a posição do bebê, a saúde da mãe e possíveis complicações.

Gestantes que passaram por tratamentos de fertilidade podem ter partos normais, desde que não haja contraindicações médicas. O importante é que o parto seja seguro para mãe e bebê.


Alguns sintomas exigem atenção e devem ser comunicados ao médico imediatamente:

  • Sangramento intenso ou persistente.
  • Dor abdominal forte e contínua.
  • Febre alta.
  • Diminuição dos movimentos fetais no terceiro trimestre.

Ficar atenta a esses sinais pode evitar complicações graves e garantir uma gestação mais segura.


Engravidar após um tratamento de fertilidade é uma conquista emocionante, mas pode trazer desafios e dúvidas. Com um pré-natal bem acompanhado, hábitos saudáveis e suporte emocional, a jornada pode ser mais tranquila e segura.

Se você está vivendo essa experiência, saiba que não está sozinha. Busque informações confiáveis, confie na equipe médica e aproveite esse momento especial com tranquilidade.


Técnica Responsável:

Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245 Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal. Título em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO.

Imagem: Canva


Fontes:

  1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) – https://www.febrasgo.org.br/
  2. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) – https://www.acog.org/
  3. Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) – https://sbra.com.br/
  4. National Institute for Health and Care Excellence (NICE) – https://www.nice.org.uk/
  5. Harvard Medical School – Pregnancy After Infertility – https://www.health.harvard.edu/
  6. Mayo Clinic – High-Risk Pregnancy After IVFhttps://www.mayoclinic.org/