HPV, como se prevenir.

HPV, Vacinação e a Importância da Prevenção do Câncer de Colo do Útero

Entrevista com Dra. Samantha Pessôa

O HPV (Papilomavírus Humano) ainda gera muitas dúvidas entre as mulheres, especialmente sobre seus riscos e formas eficazes de prevenção. Para trazer informações confiáveis e acessíveis sobre este importante tema, conversamos com a Dra. Samantha Pessôa, médica especializada em Ginecologia, Obstetrícia e Medicina Fetal, reconhecida por seu trabalho dedicado à saúde feminina.

Dra. Samantha: O HPV é um vírus transmitido principalmente pelo contato sexual, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora existam mais de 200 tipos diferentes, alguns deles estão diretamente ligados ao desenvolvimento de doenças graves, como o câncer de colo do útero. Inicialmente, o HPV pode não apresentar sintomas visíveis, o que torna sua detecção precoce desafiadora, aumentando assim a importância dos cuidados preventivos.

Dra. Samantha: Os tipos de HPV classificados como alto risco, especialmente os tipos 16 e 18, são os principais responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já os tipos 6 e 11, considerados de baixo risco, frequentemente causam verrugas genitais, mas não estão associados diretamente ao câncer cervical.

Dra. Samantha: A vacina contra HPV age estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater os tipos mais perigosos do vírus. Com isso, reduz significativamente o risco de desenvolver lesões pré-cancerosas e, consequentemente, o câncer de colo do útero. É uma forma segura e eficaz de proteção.

Dra. Samantha: A vacina é especialmente recomendada para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, pois nessa idade o organismo responde melhor, garantindo uma proteção mais robusta. Porém, mulheres adultas que ainda não foram imunizadas podem e devem se vacinar para reduzir os riscos de infecção pelo vírus.

Dra. Samantha: Não há evidências científicas significativas que relacionem a vacina contra HPV com efeitos colaterais graves. As reações mais comuns são leves, como dor, inchaço ou vermelhidão no local da aplicação, ou uma febre leve, que costuma ser passageira.

Dra. Samantha: Sim, é essencial manter o acompanhamento regular com exames preventivos, como o Papanicolau. Embora a vacina reduza consideravelmente o risco dos tipos mais perigosos de HPV, ela não oferece proteção total contra todos os tipos do vírus.

Dra. Samantha: Alguns dos principais fatores incluem início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais, sexo desprotegido e tabagismo. Esses fatores podem aumentar significativamente as chances de desenvolver lesões persistentes e, consequentemente, evoluir para o câncer cervical.

Dra. Samantha: O uso constante de preservativos é essencial para reduzir o risco de contaminação pelo HPV. Além disso, evitar o tabagismo e realizar consultas ginecológicas regularmente também são práticas fundamentais na prevenção.

Dra. Samantha: Infelizmente, existem vários mitos relacionados à vacina contra HPV. Um deles sugere que a vacina incentivaria comportamentos sexuais precoces, algo comprovadamente falso. Outro mito frequente é sobre a segurança da vacina, que, na verdade, é uma das mais seguras e eficazes disponíveis atualmente.

Dra. Samantha: O diálogo aberto, honesto e natural é o caminho ideal. Explicar aos jovens que a vacinação é uma maneira importante de proteger sua saúde no futuro é essencial para promover a compreensão e aceitação da vacina.

Dra. Samantha: A detecção precoce permite intervenções eficazes antes que as lesões evoluam para estágios mais avançados, incluindo o câncer cervical. Exames preventivos regulares podem salvar vidas, garantindo um tratamento oportuno e eficaz.

Dra. Samantha: Meu conselho é simples: procure seu médico, esclareça suas dúvidas e tome essa decisão positiva pela sua saúde. A vacinação é um gesto de cuidado com você mesma e com a comunidade, oferecendo proteção efetiva contra um problema sério e evitável.

Imagem: Canva