Ultrassom morfológico: por que esse exame é tão esperado?

Ultrassom morfológico: por que esse exame é tão esperado na gestação?

Descobrir uma gravidez é um dos momentos mais marcantes na vida de uma mulher. Cada batimento do coração do bebê, cada movimento, cada imagem no ultrassom desperta uma mistura de emoção, ansiedade e desejo de que tudo esteja bem. Nesse cenário, o ultrassom morfológico ganha um espaço muito especial: ele não apenas mostra o bebê em detalhes, mas também ajuda a identificar se a gestação está se desenvolvendo de forma saudável.

Mas, afinal, o que é o ultrassom morfológico? Em que momento ele deve ser feito? E por que tantos especialistas o consideram um dos exames mais importantes do pré-natal? Se você está esperando um bebê — ou simplesmente deseja entender melhor o assunto — este texto foi feito para você.


O ultrassom morfológico é um tipo de exame de imagem feito durante a gravidez que permite analisar, com bastante precisão, a formação anatômica do bebê. Ou seja: ele não mede apenas o crescimento, como acontece em outros ultrassons. Ele observa como os órgãos e estruturas do bebê estão se desenvolvendo.

A grande diferença desse exame em relação aos demais é a riqueza de detalhes. O foco é avaliar a morfologia fetal, ou seja, a forma e o funcionamento de várias partes do corpo, como o cérebro, a coluna, o coração, os rins, os membros, entre outros.

Esse exame é feito em dois momentos principais:

  • Entre 11 e 14 semanas de gestação (conhecido como ultrassom morfológico do primeiro trimestre)
  • Entre 20 e 24 semanas de gestação (conhecido como morfológico do segundo trimestre)

Ambos são muito importantes, mas cada um tem objetivos diferentes.


➤ Morfológico do primeiro trimestre (11 a 14 semanas)

Nessa fase, o bebê ainda é pequeno, mas já é possível observar dados essenciais. O exame avalia:

  • Translucência nucal (acúmulo de líquido atrás da nuca do bebê)
  • Osso nasal
  • Ducto venoso e válvula tricúspide
  • Frequência cardíaca fetal
  • Presença de membros, estômago e bexiga

Essas informações, combinadas com dados da mãe, ajudam a avaliar o risco para síndromes genéticas, como a Síndrome de Down, além de apontar possíveis alterações cardíacas e outros problemas.

Importante dizer: esse não é um exame que confirma diagnósticos. Ele é um exame de rastreio. Ou seja, se houver algum indício, a equipe médica pode pedir exames complementares para investigar melhor.

➤ Morfológico do segundo trimestre (20 a 24 semanas)

Aqui o bebê está maior e mais desenvolvido, e o exame se torna ainda mais detalhado. É possível avaliar:

  • Desenvolvimento do cérebro e coluna
  • Coração com todas as suas câmaras e vasos
  • Estômago, rins, bexiga e intestino
  • Face, perfil e formação dos ossos da face
  • Mãos, pés e membros
  • Localização da placenta e quantidade de líquido amniótico

Essa etapa permite identificar malformações anatômicas, problemas no crescimento ou até mesmo alterações que indiquem a necessidade de acompanhamento mais próximo.


Porque ele oferece informações que ajudam a proteger a saúde do bebê e da gestante. Quando feito no tempo certo e por profissionais especializados, o ultrassom morfológico permite:

  • Antecipar cuidados caso o bebê precise de suporte ao nascer
  • Planejar o local mais adequado para o parto
  • Monitorar de perto a evolução do bebê
  • Reduzir a ansiedade dos pais, quando tudo está indo bem

Além disso, em muitos casos, esse exame é o primeiro momento em que os pais veem o bebê com nitidez, o que fortalece o vínculo com a gestação.


É normal ficar com medo ao imaginar essa possibilidade. Mas é importante entender que nem toda alteração encontrada é motivo de alarme. O objetivo do ultrassom morfológico é justamente encontrar sinais precoces para que, se necessário, a equipe médica possa agir com rapidez e segurança.

Se algo for detectado, os médicos podem:

  • Indicar exames complementares (como o ultrassom com Doppler, a ressonância fetal ou exames de cariótipo)
  • Solicitar acompanhamento com especialistas, como cardiologistas pediátricos ou geneticistas
  • Planejar o parto em hospitais que ofereçam suporte neonatal intensivo

O mais importante é que a gestante tenha apoio e acolhimento durante todo o processo, com explicações claras e orientação cuidadosa. E é exatamente isso que profissionais especializados em medicina fetal oferecem: mais do que técnica, oferecem empatia.


O ultrassom morfológico exige experiência específica e bastante conhecimento técnico. Isso porque interpretar os detalhes da anatomia fetal não é simples — exige capacitação constante, equipamentos modernos e sensibilidade na condução da consulta.

Por isso, o ideal é que ele seja feito com médicos que tenham título de especialista em ginecologia e obstetrícia, e certificação em medicina fetal, como o emitido pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Fazer o exame em locais confiáveis garante a segurança das informações e evita interpretações equivocadas, o que é especialmente importante em momentos tão sensíveis da gestação.


Não podemos esquecer que, além da função clínica, o exame tem também um papel emocional. Muitos pais descrevem o morfológico como o momento em que “a ficha cai”: eles veem o bebê, observam os movimentos, escutam o coração batendo forte.

É uma oportunidade para viver esse encontro com carinho, tranquilidade e atenção. E quando tudo está bem, sair do exame com a confirmação de que o bebê está crescendo saudável é um alívio imenso para qualquer família.


Se você está esperando um filho ou conhece alguém que está, compartilhe essas informações. Saber o que esperar é o primeiro passo para viver a gestação com mais tranquilidade, informação e cuidado.


Técnica Responsável:
Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245
Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal. Título em GO pela FEBRASGO, Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO.



Fontes:

Imagem: Canva