Placenta prévia

Placenta prévia: por que descobrir cedo muda tudo na gestação

Você já ouviu falar em placenta prévia? Talvez esse nome tenha surgido durante um ultrassom ou numa conversa com o obstetra — e aí veio aquela dúvida: “Será que isso é perigoso?”

Se você está passando por isso ou quer entender melhor o assunto, fica tranquila. Neste artigo, vamos conversar de um jeito simples e direto sobre o que é essa condição, por que ela merece atenção especial e como o ultrassom pode ser um grande aliado no acompanhamento da sua gestação.


O que é, afinal, essa tal de placenta prévia?

Durante a gravidez, a placenta é o que conecta você ao seu bebê — é por ela que ele recebe nutrientes, oxigênio e todo o carinho do seu corpo. O ideal é que ela fique bem lá no alto do útero, longe da saída, chamada colo do útero.

Mas, em algumas gestações, a placenta se acomoda mais embaixo do que o esperado. Quando isso acontece, e ela fica muito próxima ou até cobrindo essa saída, chamamos de placenta prévia.


Existem tipos diferentes de placenta prévia?

Sim! E isso ajuda muito na hora de entender o que está acontecendo no seu caso:

  • Total: quando a placenta cobre completamente o orifício interno do colo do útero.
  • Parcial: cobre só uma parte.
  • Marginal: fica na bordinha do colo.
  • Inserção baixa: não cobre o colo, mas está ali pertinho.

Cada tipo exige cuidados diferentes — e é aí que entra a importância de acompanhar direitinho com o seu médico.


Descobri que minha placenta está baixa… e agora?

Calma. Muitas vezes esse diagnóstico aparece lá pelo meio da gravidez, entre a 18ª e a 24ª semana. E o mais interessante? A placenta pode mudar de lugar conforme o útero cresce! Isso acontece porque ela “acompanha” o crescimento do útero e, na maioria dos casos, sobe naturalmente até o final da gestação.

Mas, para saber se isso vai acontecer no seu caso, é importante fazer os ultrassons de acompanhamento.

Como o ultrassom ajuda nessa história?

O ultrassom é o melhor amigo do pré-natal. É com ele que o médico vê direitinho onde está a placenta. Quando necessário, o ultrassom transvaginal dá uma imagem ainda mais precisa.

E não precisa se preocupar: o exame é seguro, não dói e não faz mal para o bebê.

Mas e os sintomas? Dá pra perceber sem exame?

Na maioria das vezes, não tem sintoma nenhum. A mulher se sente bem e só descobre durante o ultrassom. Mas, em alguns casos, podem aparecer sinais como:

  • Sangramento vaginal, sem dor, geralmente no segundo ou terceiro trimestre;
  • Sensação de peso no baixo ventre;
  • Contrações antes do tempo.

Se algo assim acontecer com você, o melhor é procurar atendimento médico imediatamente.


Tem alguma coisa que aumenta o risco de ter placenta prévia?

Tem, sim. Alguns fatores que deixam a mulher mais propensa a ter a placenta mais baixa são:

  • Ter feito cesárea anteriormente;
  • Já ter passado por cirurgias no útero;
  • Estar esperando gêmeos ou mais;
  • Ter mais de 35 anos;
  • Fumar durante a gravidez;
  • Já ter tido esse diagnóstico em uma gestação anterior.

Mas atenção: isso não significa que você vai ter. É só um alerta para acompanhar de perto.


E se a placenta continuar baixa até o fim da gestação?

Se ela não “subir” com o crescimento do útero, o parto normal pode não ser possível — principalmente nos casos de placenta total ou parcial. Nesses casos, o ideal é programar uma cesárea com toda a segurança.

Mas tudo isso é feito com calma, com acompanhamento e com o tempo certo. Nenhuma decisão é tomada de forma apressada.

E o bebê? Ele corre risco?

Na maioria dos casos, o bebê fica super bem! Mas, em situações de sangramentos repetidos, descolamento ou se for necessário antecipar o parto, pode haver risco de parto prematuro. Por isso, quanto antes o diagnóstico for feito, melhor para todo mundo.

Se for necessário, o médico pode até sugerir repouso ou internação no final da gestação, só por precaução.

E o que eu posso ou não posso fazer com esse diagnóstico?

Depende do grau da placenta prévia e de como está a gestação. Mas algumas orientações comuns são:

  • Evitar esforço físico (nada de carregar peso, tá?);
  • Pausar as relações sexuais (em alguns casos);
  • Ficar atenta a qualquer sangramento;
  • Fazer todos os exames de acompanhamento.

E o mais importante: falar tudo com o seu obstetra. Ele vai adaptar os cuidados ao seu caso.


Bora desmistificar algumas coisas?

“Se descobri placenta baixa, vou ter que fazer cesárea com certeza?”
Nem sempre! A placenta pode subir com o tempo. Só vamos saber mais perto do parto.

“Isso é super raro, né?”
Na verdade, 1 em cada 200 mulheres tem placenta prévia ao final da gestação. Não é tão incomum assim.

“Ultrassom transvaginal pode causar aborto?”
Não, isso é um mito! É um exame seguro, indolor e importante.

 

Por que o diagnóstico precoce muda tudo?

Saber cedo que a placenta está baixa dá tempo para agir com calma, adaptar o pré-natal e evitar emergências. A equipe médica pode:

  • Acompanhar se a placenta vai subir;
  • Orientar mudanças na rotina;
  • Programar o parto com segurança;
  • E, o mais importante: cuidar bem de você e do seu bebê.

Receber esse diagnóstico pode dar medo. Mas saiba: muitas mulheres passam por isso e têm partos lindos e seguros. O que faz a diferença é o acompanhamento de qualidade, o cuidado com o corpo e o apoio emocional.

Se você tem dúvidas, não guarde para si. Pergunte. Converse com sua equipe. Troque experiências com outras gestantes. Informação é um abraço no coração.


Lembrando:

  • Placenta prévia é quando a placenta se posiciona mais perto (ou sobre) o orifício do colo do útero;
  • Pode ser diagnosticada por ultrassom, geralmente a partir da metade da gestação;
  • Na maioria dos casos, ela se reposiciona sozinha com o tempo;
  • Quando não se move, o parto cesárea costuma ser o mais indicado;
  • Com o diagnóstico certo, você pode ter uma gestação tranquila e segura.

Técnica Responsável:
Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245
Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal
Título em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO
Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO


Fontes:


Imagem: Canva