Ultrassom cervical e da tireoide

Ultrassom cervical e da tireoide: principais dúvidas das mulheres

Se você chegou até aqui porque ouviu falar em ultrassom cervical ou ultrassom de tireoide e pensou “será que eu preciso disso?”, saiba que essa é uma pergunta super comum. Na verdade, mais comum do que parece.

A tireoide é uma glândula pequena, mas afeta praticamente tudo no corpo da mulher: energia, humor, pele, peso, fertilidade… então não é surpresa que tantas dúvidas surjam quando o assunto envolve o pescoço e seus hormônios.

Hoje, vamos responder às principais dúvidas — aquelas que aparecem sempre nas consultas e que deixam muitas mulheres sem saber se precisam observar algo, marcar um exame ou simplesmente entender melhor o próprio corpo.

Para que serve o ultrassom cervical?

O ultrassom do pescoço serve para avaliar estruturas como tireoide, linfonodos, paratireoides e até as glândulas salivares. Ele mostra se há nódulos, inflamação, aumento de volume, alterações no tecido e até sinais indiretos de doenças hormonais.
É um exame rápido, indolor, sem radiação e que oferece uma visão super detalhada do que está acontecendo ali dentro.
Muita gente se surpreende ao descobrir que a maior parte das doenças da tireoide não dói. Ou seja: sem exame, ficariam passando despercebidas.

Por que falam tanto da tireoide quando o assunto é saúde da mulher?

A resposta curta é: porque ela influencia muita coisa.
A longa? Bom… a tireoide participa do metabolismo, da temperatura interna, do humor, da energia, da memória, da pele e do cabelo. E, claro, dos hormônios reprodutivos.
Por isso, algumas mulheres começam a desconfiar de algo errado quando percebem sintomas como:

  • cansaço fora do normal
  • ganho ou perda de peso sem explicação
  • queda de cabelo
  • alterações do ciclo menstrual
  • dificuldade para engravidar
  • ansiedade ou desânimo persistente
    Às vezes não é “estresse”, sabe? Pode ser a tireoide pedindo atenção.

Toda mulher deveria fazer ultrassom de tireoide?

Não necessariamente todas, mas muitas se beneficiam do exame — principalmente em fases da vida em que os hormônios mudam muito, como pós-parto e climatério.
E claro: quando há sintomas, histórico familiar, presença de nódulos palpáveis ou alterações nos exames de sangue.
O ultrassom funciona como um mapa: mostra o que está acontecendo e se é hora de acompanhar, tratar ou apenas observar.

Nódulo na tireoide é sinal de problema?

Essa é uma das dúvidas mais frequentes. E a resposta costuma aliviar muita gente: a maioria dos nódulos é benigna.
Os nódulos são muito comuns e, em grande parte dos casos, não oferecem riscos. O ultrassom ajuda a identificar:

  • tamanho
  • formato
  • textura
  • presença de calcificações
  • vascularização
    Essas características ajudam o médico a decidir se o nódulo é tranquilo, se precisa de acompanhamento ou se é melhor investigar mais.
    O importante é saber que nódulo não significa automaticamente câncer, mas ignorá-lo também não é uma boa ideia.

Quando o ultrassom indica a necessidade de biópsia?

Só quando o padrão do nódulo no ultrassom sugere que vale investigar melhor. E mesmo assim, a biópsia é simples, rápida e feita com agulha fina.
A maioria dos nódulos não chega a essa etapa. O ultrassom ajuda justamente a evitar exames desnecessários.

Quais sintomas no pescoço precisam de atenção?

Alguns sinais são clássicos para investigar com um ultrassom cervical:

  • sensação constante de bolo na garganta
  • rouquidão persistente, sem melhora
  • dificuldade para engolir
  • aumento de volume no pescoço
  • dor incomum na região
  • palpitações, calor excessivo ou tremores
  • queda de cabelo muito acentuada
    Mesmo que nada disso seja grave, são sinais que merecem uma olhada.

Como o ultrassom cervical é feito? Dói?

É um procedimento bem simples. Você deita, inclina o pescoço levemente para trás, o profissional passa um gel e desliza o aparelho pelo pescoço.
Não dói. Não aperta. Não esquenta.
Algumas mulheres até comentam que o exame é mais confortável do que imaginavam.
E o melhor: não exige preparo, não exige jejum e é seguro até durante a gestação.

O ultrassom consegue mostrar doenças hormonais?

De forma indireta, sim.
Por exemplo:

  • um padrão mais escurecido e irregular no tecido pode indicar tireoidite
  • aumento da glândula pode sugerir hipo ou hipertireoidismo
  • nódulos muito vascularizados podem ter respostas diferentes
    Mas é sempre a soma das peças que faz o diagnóstico: ultrassom + sintomas + exames de sangue.

Qual a diferença entre ultrassom cervical e ultrassom de tireoide?

O ultrassom de tireoide foca exclusivamente na glândula.
Já o ultrassom cervical amplia o campo e avalia todo o pescoço, incluindo linfonodos.
Na prática, muitos médicos já pedem o ultrassom cervical completo, porque ele dá uma visão mais abrangente.

E na gestação? O ultrassom da tireoide é importante?

Sim, em alguns casos.
A tireoide influencia diretamente o desenvolvimento do bebê, principalmente no início da gestação. Mulheres com histórico de problemas hormonais, casos de tireoidite, nódulos ou sintomas típicos se beneficiam bastante do exame.
Ele ajuda a garantir tranquilidade — e acompanhamento adequado, se necessário.

O ultrassom pode prevenir doenças?

Ele não evita o surgimento, mas permite detectar cedo, acompanhar e agir antes que algo evolua.
Para mulheres com histórico familiar, por exemplo, o exame costuma ser orientado com mais frequência.

Com que frequência devo repetir o ultrassom?

Depende.

  • Se houver nódulos estáveis: acompanhamento anual ou conforme orientação.
  • Se houver tireoidite: depende da evolução.
  • Se estiver tudo normal: pode ser feito só quando houver sintomas ou suspeitas novas.
    O importante é não esquecer que cada pessoa tem um ritmo — e isso precisa ser respeitado.

O que posso fazer para cuidar da saúde da tireoide?

Alguns hábitos ajudam bastante:

  • manter consultas regulares
  • observar sintomas que fogem do seu padrão
  • evitar automedicação
  • ter atenção ao iodo na dieta (nem de menos, nem demais)
  • fazer exames hormonais quando houver indicação
    E claro: se algo incomodar, buscar avaliação.

Para fechar: por que o ultrassom cervical vale a atenção feminina?

Porque ele ajuda a enxergar aquilo que o corpo nem sempre mostra.
Porque muitas doenças começam silenciosas.
E porque, quando entendemos o que está acontecendo no pescoço — especialmente na tireoide — entendemos muito sobre nós mesmas.
Cuidar da glândula que regula energia, humor, pele, ciclos e até a fertilidade não é exagero. É autocuidado.


Técnica Responsável: Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245 – Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal na Clínica Núcleo Mater. Título em GO pela FEBRASGO, Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO.

Fontes:

Imagem: Canva