Sintomas na gravidez

Sintomas que não devem ser ignorados durante a gravidez

A gravidez é um período transformador e cheio de novidades. O corpo passa por inúmeras mudanças físicas e emocionais, muitas delas esperadas, como enjoos, maior cansaço ou alterações no apetite. Mas entre tantos sinais, surgem dúvidas comuns: quando algo é normal e quando pode ser um alerta?

É justamente aqui que muitas gestantes se confundem. Afinal, sentir incômodo faz parte da jornada, mas existem alguns sintomas que pedem atenção especial. Neste artigo, vamos conversar sobre os sinais de alerta na gestação, sempre de forma simples, sem alarmismo, para que você saiba quando é hora de procurar ajuda médica.

É normal ter sintomas durante a gravidez?

Sim, a maior parte das mudanças no corpo é natural e não representa perigo. No entanto, alguns sinais podem indicar complicações que exigem cuidado rápido. O segredo está em diferenciar sintomas comuns dos que fogem do esperado.

Vamos passar por cada um deles, para que você tenha clareza sobre como agir em cada situação.

Sangramento na gravidez: quando é preciso se preocupar?

Um pequeno sangramento pode acontecer, principalmente no início da gestação. Muitas vezes não tem maior significado. Mas quando o sangramento é intenso ou continuo, acompanhado de cólicas fortes ou dores abdominais, é importante buscar avaliação imediata.

Esse sintoma pode estar associado a diferentes situações, desde risco de aborto até descolamento de placenta em fases mais avançadas. Por isso, não hesite em procurar atendimento.

A dor abdominal é sempre motivo de alerta?

Nem sempre. Algumas cólicas leves fazem parte da adaptação do corpo. Mas dores fortes, persistentes ou localizadas não devem ser ignoradas. Podem estar relacionadas a contrações prematuras, problemas gastrointestinais ou complicações obstétricas.

Se a dor vier acompanhada de sangramento, febre ou mal-estar, a recomendação é procurar o pronto atendimento.

Inchaço, dor de cabeça e visão turva: o que isso pode indicar?

Um certo grau de inchaço é esperado, especialmente no fim da gestação. Porém, quando o inchaço aparece de forma repentina, associado a dor de cabeça forte, visão embaçada ou luzes na visão, pode ser sinal de pré-eclâmpsia.

Essa condição precisa de acompanhamento imediato, já que envolve alterações na pressão arterial da gestante e pode trazer riscos para mãe e bebê.

A febre durante a gestação é sempre perigosa?

Febre é um mecanismo de defesa do corpo, mas na gravidez ela merece atenção redobrada. Temperaturas acima de 38°C, principalmente quando acompanhadas de calafrios indicam infecção.

Algumas infecções, como a urinária, são mais comuns nesse período e, se não tratadas, podem levar a parto prematuro.

E quando o bebê se mexe menos que o habitual?

Um dos momentos mais esperados da gestação é sentir o bebê se mexer. Isso traz tranquilidade para a mãe. Mas se os movimentos diminuírem de forma significativa, é preciso agir.

Cada bebê tem seu próprio padrão, mas uma redução persistente dos movimentos deve ser avaliada rapidamente. Esse sinal pode indicar que o bebê precisa de acompanhamento imediato.

A perda de líquido sempre significa que a bolsa rompeu?

Nem sempre. O aumento da secreção vaginal é normal, mas a saída contínua de líquido claro pode indicar ruptura da bolsa amniótica. Essa condição aumenta o risco de infecções e exige avaliação médica rápida.

Anotar a cor, o cheiro e a quantidade do líquido pode ajudar o médico a compreender melhor a situação.

Falta de ar e palpitações: até que ponto são normais?

A gestação naturalmente sobrecarrega o sistema circulatório e respiratório, e por isso um pouco de falta de ar pode acontecer. Mas quando a falta de ar é intensa, acompanhada de palpitações aceleradas ou dor no peito, trata-se de um sinal de alerta.

Esses sintomas podem estar relacionados a problemas cardíacos ou trombose, condições que exigem pronto atendimento.

Existem outros sinais que também merecem cuidado?

Sim, e vale ficar atenta a eles:

  • Tonturas frequentes ou desmaios;
  • Contrações regulares antes da 37ª semana;
  • Dores fortes ao urinar;
  • Coceira intensa e persistente nas mãos e pés.

Embora nem sempre representem risco imediato, todos devem ser avaliados por um profissional de saúde.

O que fazer ao notar um desses sintomas?

A primeira recomendação é não entrar em pânico. Muitos sintomas podem ter explicações simples, mas só a avaliação médica poderá trazer segurança.

  • Entre em contato com seu médico de confiança.
  • Em casos de sintomas intensos, súbitos ou que não melhoram, vá ao pronto atendimento obstétrico.
  • Evite se automedicar: alguns remédios podem ser perigosos durante a gravidez.

O papel do pré-natal na prevenção

O pré-natal não serve apenas para realizar exames de rotina. Ele é um espaço de diálogo, em que a gestante pode compartilhar dúvidas e relatar sintomas. Além disso, consultas regulares ajudam a identificar riscos antes mesmo que surjam sinais visíveis.

Manter esse acompanhamento é uma forma de viver a gravidez com mais tranquilidade, segurança e acolhimento.

A gestação é uma experiência única, cheia de mudanças que fazem parte da vida da mulher. Mas reconhecer sinais de alerta durante a gravidez é fundamental para agir no momento certo.

Sangramento, dor intensa, inchaço repentino, febre persistente, perda de líquido ou redução dos movimentos do bebê não devem ser ignorados. Ao perceber qualquer um desses sintomas, busque ajuda médica. Esse cuidado é uma forma de proteger não apenas a sua saúde, mas também a do bebê que está chegando.


Técnica Responsável

Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245
Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal na Clínica Núcleo Mater.
Título em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.
Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO.


Fontes

  • FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia: https://www.febrasgo.org.br
  • Ministério da Saúde – Brasil: https://www.gov.br/saude
  • American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG): https://www.acog.org
  • Mayo Clinic – Pregnancy health: https://www.mayoclinic.org
  • NHS – National Health Service (UK): https://www.nhs.uk/pregnancy
  • Hospital Israelita Albert Einstein: https://www.einstein.br
  • Hospital das Clínicas – USP: https://www.hc.fm.usp.br

Imagem: Canva