ultrassom transvaginal

Ultrassom transvaginal: mitos e verdades sobre o exame que cuida da saúde feminina

O ultrassom transvaginal ainda gera muitas dúvidas e até receios em quem nunca realizou o exame. Afinal, ele é indicado tanto na saúde ginecológica quanto nos primeiros meses da gestação, sendo uma das ferramentas mais valiosas para o acompanhamento da mulher em diferentes fases da vida.

Neste artigo, vamos esclarecer os principais mitos e verdades sobre o ultrassom transvaginal, ajudando você a entender quando ele é indicado, como funciona e o que pode diagnosticar.


Mito ou verdade: o ultrassom transvaginal dói?

Mito. O exame pode gerar um leve desconforto, já que o transdutor (aparelho fino em formato de sonda) é introduzido delicadamente na vagina. Porém, ele não provoca dor significativa. O desconforto costuma ser semelhante ao que algumas mulheres sentem em exames ginecológicos de rotina.

O importante é que o exame seja realizado por um profissional experiente e em um ambiente acolhedor, para que a paciente se sinta tranquila e segura. Relaxar a musculatura pélvica também ajuda a tornar a experiência mais confortável.


Mito ou verdade: é preciso estar de jejum?

Mito. Diferente de alguns exames de imagem, o ultrassom transvaginal não exige jejum. A recomendação básica é que a bexiga esteja vazia, já que o exame é feito com a introdução da sonda e não depende da distensão da bexiga, como acontece com o ultrassom pélvico abdominal.


Mito ou verdade: só mulheres grávidas fazem o ultrassom transvaginal?

Mito. Esse é um dos equívocos mais comuns. O ultrassom transvaginal não é exclusivo da gestação. Ele é amplamente usado na investigação de alterações ginecológicas, como dor pélvica, sangramentos anormais, suspeita de miomas, pólipos ou cistos ovarianos. Também é indicado em casos de infertilidade, endometriose e acompanhamento da ovulação.

Na gestação, é verdade que o exame é muito utilizado nos primeiros meses, especialmente para confirmar a gravidez, avaliar o saco gestacional, detectar batimentos cardíacos embrionários e identificar gestações múltiplas. É muito indicado também para avaliação de colo uterino e alterações na localização placentária.


Mito ou verdade: o ultrassom transvaginal pode prejudicar a gravidez no início?

Mito. O exame é seguro e não oferece risco para o embrião ou para a mãe. Ele utiliza ondas sonoras de alta frequência, sem emissão de radiação. Por isso, é considerado um exame seguro para acompanhar o desenvolvimento inicial da gestação.

Na verdade, é justamente no início da gravidez que ele é mais valioso, já que permite confirmar a viabilidade da gestação e afastar riscos, como o de gravidez ectópica.


Mito ou verdade: o exame pode diagnosticar endometriose?

Verdade. O ultrassom transvaginal com preparo intestinal é um dos métodos utilizados para auxiliar no diagnóstico da endometriose profunda. Ele permite identificar lesões em regiões próximas ao útero e aos ovários. Embora nem sempre substitua exames mais detalhados, como a ressonância magnética, pode oferecer informações importantes para o acompanhamento médico.


Mito ou verdade: o exame detecta todos os tipos de câncer ginecológico?

Mito. O ultrassom transvaginal pode identificar alterações suspeitas no útero e nos ovários, como tumores, cistos e espessamento endometrial. No entanto, ele não é capaz de diagnosticar sozinho todos os tipos de câncer ginecológico. Ele funciona como uma ferramenta de triagem e acompanhamento, que pode indicar a necessidade de outros exames complementares. Importante ressaltar que NÃO é o método de triagem para o câncer de colo uterino.


Mito ou verdade: pode ser feito durante a menstruação?

Verdade (com ressalvas). Tecnicamente, o exame pode ser realizado durante o período menstrual, principalmente se houver urgência na investigação de sintomas. Porém, muitas pacientes preferem evitar por desconforto pessoal. Em alguns casos, o médico pode solicitar justamente durante esse período, quando há interesse em avaliar o endométrio em determinada fase do ciclo.


Mito ou verdade: é igual ao ultrassom pélvico abdominal?

Mito. Apesar de ambos utilizarem a tecnologia de ultrassom, eles têm finalidades diferentes. O ultrassom abdominal avalia a região pélvica por meio de ondas emitidas através da parede abdominal, exigindo bexiga cheia para melhor visualização. Já o transvaginal permite uma visão mais próxima e detalhada do útero, endométrio, ovários e estruturas pélvicas.

Muitas vezes, os dois exames são complementares, dependendo da necessidade clínica.


Mito ou verdade: ajuda a identificar infertilidade?

Verdade. O ultrassom transvaginal é um dos principais exames para acompanhar a ovulação e avaliar a reserva ovariana. Detecta também alterações que podem dificultar a fertilidade, como cistos, endometriose ou problemas no endométrio. Ele é parte importante da investigação quando o casal enfrenta dificuldades para engravidar.


Mito ou verdade: toda mulher deve fazer o exame anualmente?

Mito. O ultrassom transvaginal não é indicado como exame de rotina para todas as mulheres, como o Papanicolau, por exemplo. Ele deve ser solicitado pelo médico diante de queixas específicas ou necessidade de acompanhamento de determinadas condições. A decisão depende sempre da avaliação clínica individual, pois algumas condições exigem sua realização periódica.


Mito ou verdade: O ultrassom transvaginal é um exame rápido?

Verdade. O procedimento é relativamente simples e costuma durar entre 10 e 20 minutos. Após o exame, a paciente pode retornar imediatamente às suas atividades normais, sem restrições.


Mito ou verdade: qualquer médico pode fazer?

Mito. Embora tecnicamente o exame possa ser realizado por profissionais de imagem, recomenda-se que seja feito por médicos especialistas em ginecologia, obstetrícia e medicina fetal. Isso garante não apenas a execução adequada, mas principalmente a correta interpretação dos achados.


Conclusão

O ultrassom transvaginal é um exame seguro, rápido e extremamente útil para investigar sintomas ginecológicos e acompanhar o início da gravidez. Muitos mitos cercam o procedimento, mas a realidade é que ele oferece informações valiosas para a saúde da mulher, sem riscos ou complicações.

Sempre que houver indicação médica, é importante encarar o exame como um aliado para o cuidado com o corpo e para decisões mais seguras em relação à saúde reprodutiva.


Técnica Responsável

Dra. Samantha Ramos Toledo Pessôa – CRM-SP: 104245
Ginecologista Obstétrica e Medicina Fetal na Clínica Núcleo Mater.
Título em GO pela FEBRASGO, Certificado de Atuação em Medicina Fetal pela FEBRASGO.

Fontes

Imagem: Canva